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Mostrando postagens de novembro, 2023

Erva daninha

     Prender alguém contra si é derramar o sangue dessa pessoa sem dó ou piedade. Estou tão fatigada de destruir a vida daqueles que eu amo mantendo em meu dia-a-dia. Parecem todos tão infelizes, sufocados, envenenados pela minha ruindade.      Uma viciada! Isso que me tornei. Estou doente, a podridão me consome vagamente, tirando tudo de bom que há em mim e, em contraposto, em defesa sádica, vou sugando vampírica todo o vigor daqueles que escolhem permanecer ao meu lado — que são poucos.        Odiosa, orgulhosa, invejosa e melancólica, a morte em pessoa; não, “morte” seria um elogio, um fim para toda essa dor que causo.       Eu sou o precipício, o que destrói, o impossível, o tsunami que desmorona e leva a tudo e todos em rapidez bebum.       Estou tão cansada de machucar quem amo e quero bem. Estou fraca demais. Gostaria de afundar nas águas mais geladas e permanecer lá, trancafiada no fundo d...

Odiar-se

    Quando nos odiamos parece que tudo fica mais difícil. Até tomar um banho parece a coisa mais complicada a se fazer.      Gostaria tanto de fazer e ser tantas coisas, ser sexy, ser inteligente, ser culta, ser extraordinária.       Assisti um dorama há alguns anos, “Extraordinary You”, tinha esse título porque o Haru, mocinho da história, via em Dan-Oh, a protagonista, coisas que ela não via em si mesma, mas que corria atrás de alcançar.      Sei que nunca serei a Dan-Oh, pois ao contrário dela, estou estagnada na minha própria tristeza e procrastinação. Há momentos de alegria com certeza, no entanto, uma efemeridade os rodeia e os destrói em questões de minutos.        O que é ser algo? Alguém? Arte? Poesia? Beleza? Eu não sei. Queria ser sinônimo de tudo isso. Há tantas mulheres incríveis as quais eu venderia minha alma para ser igual: Audrey, Anna Karina, Julie Delpy, e até as mais novas como Sabrina Ca...

O livro dos Moomins é tão mágico quanto o desenho!

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Um marco na literatura infantil da Finlândia e na carreira premiada de Tove Jansson, "Um cometa na terra dos Moomins" foi publicado em 1946. Ele é o segundo volume de uma série de livros da família de trolls. Nessa histórias revemos Moomin, sua família e seus amigos, Snufkin e Sniff, além de conhecermos novos personagens como Miss Snob e Snork enquanto eles vivem uma aventura fazendo uma expedição até as Montanhas Silenciosas ao ficarem sabendo que um cometa está prestes a atingir a Terra.     Grande fã do desenho, já estava afeiçoada aos personagens, no entanto conhecê-los de outro modo no livro, ver as pequenas, mas significativas diferenças em suas personalidades e descobrir uma nova e perigosa aventura pela qual passaram, ah, isso foi gratificante como fãzoca! Embora seja uma leitura descritiva e rica em detalhes, por já estar habituada com o ritmo delicado do desenho, foi fácil me apegar e me encantar por cada descrição.     "Um cometa na terra dos Moomins" é i...

Ela tem dezenove, ela é uma fada.

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   Falando de coisa boa, tenho agora 19 anos! Completei no último sábado (11/11), e foi um dos melhores aniversários da minha vida. Estar com o meu namorado o tempo todo foi crucial para isso...       Fiz um picnic alegre, com um bolo em formato de CORAÇÃO, ROSA E COM BABADOS, COM UM CÚPIDO NO CENTRO!!!!!!!!! Ah esse bolo tem sido meu sonho há dois anos e é inspirado em “Picnic At Hanging Rock”, um filme canadense do Peter Weir inspirado no romance de mesmo nome.       O dia todo estava claro e iluminado, muito calor, eu e meu namorado conseguimos nadar sem sentir que estávamos congelando.  A decoração ficou afável e recebi presentes lindos. Me sinto grata por mais irônico que seja pelo meu aniversário. Irônico porque tenho dificuldade em apreciar a minha existência e o fato de viver principalmente.  No entanto, apesar de todas as dores e dificuldades que 2023 me trouxe, até como consequência dos anos anteriores, ele me tr...

Ciúme

 O ciúme dói. Em quem sente e quem é vitima. Sempre me orgulhei em falar que não era ciumenta, invejosa... Mas desde que desenvolvi anorexia nervosa restritiva e a insegurança cresceu em meu peito, cada vez mais me vejo como uma mulher que sente seu coração sangrar, corroer como se contaminado pelo líquido envenenose do ciúme e da inveja.  Odeio me sentir assim, a cada dia que passa meu corpo queima e minha mente está a enlouquecer, sinto-me cansada e sofrida desses sentimentos nojentos.  A culpa é intolerante quando se trata de mim e tem me dominado por inteira, lutando de frente com esses químicos perigosos para ver quem me domina primeiro.  Gostaria de poder matar... Matar o outro? Minha vítima? Ou eu mesma? A maior de todas as vítimas da minha pessoa. Nem sei se faz sentido os alvos de minha doença, ciúmes ridículos que atrapalham minha vida, minha felicidade, minha rotina e meus relacionamentos.  Todavia, o que posso fazer? É como eu me sinto: esgotada. Fra...

Antes que o café esfrie: uma viagem no tempo para o coração

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(Foto por Maria Luiza Weiss)         "Antes que o café esfrie" de Toshikazu Kawaguchi foi um livro que me pegou de jeito. A primeira vez que eu o vi foi por uma recomendação de uma amiga no stories do seu Instagram, e a palavra "café" no título e sua capa me deixaram muito curiosa e fiquei namorando o livro por um mês até comprá-lo em uma promoção da Amazon Prime Day.               Acho que o mais interessante da história são as regras do café de 100 anos Funiculí Funiculá, que nunca passou por mudanças e mantém em tacta sua tradição e lenda de poder fazer com que pessoas viagem no tempo. Uma das regras é de que não importa o fato de você viajar no tempo, nada que você faça irá mudar o destino; coisa totalmente inovadora das histórias de viagem no tempo que estamos acostumados a ver. Além de que há um limite de tempo para você ficar no passado (ou futuro), que é o limite para o café esfriar.        ...

O fabuloso conto de fadas que é o destino de Amelie Poulain

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(Le Fabuleux Destin d'Amelie Poulain, 2001)          O Fabuloso Destino de Amelie Poulain (Le Fabuleux Destin d'Amelie Poulain, 2001), é um filme francês sobre uma jovem adulta que vê a vida com magia e tenta a todo custo se envolver na vida das pessoas as ajudando e emocionando.           O longa começa apresentando cenas aleatórias e cotidianas, mostrando qual caminho a trama irá seguir: dos "pequenos" detalhes do dia a dia que parecem insignificante, mas são o que mudam nossa vida e fazem com que seja possível compreender-nos melhor.          Amelie Poulain parece uma personagem de contos de fadas. Sua aparência e os figurinos utilizados por ela, juntamente a associação com o anão de jardim, remetem a Branca de Neve. E é possível relacioná-la por meio da cena onde ela aparece vestida do justiceiro Zorro, à uma heroína da sua própria história. Já que a mesma se mostra altruísta ao que aprecia solucionar os...