Ciúme
O ciúme dói. Em quem sente e quem é vitima. Sempre me orgulhei em falar que não era ciumenta, invejosa... Mas desde que desenvolvi anorexia nervosa restritiva e a insegurança cresceu em meu peito, cada vez mais me vejo como uma mulher que sente seu coração sangrar, corroer como se contaminado pelo líquido envenenose do ciúme e da inveja.
Odeio me sentir assim, a cada dia que passa meu corpo queima e minha mente está a enlouquecer, sinto-me cansada e sofrida desses sentimentos nojentos.
A culpa é intolerante quando se trata de mim e tem me dominado por inteira, lutando de frente com esses químicos perigosos para ver quem me domina primeiro.
Gostaria de poder matar... Matar o outro? Minha vítima? Ou eu mesma? A maior de todas as vítimas da minha pessoa. Nem sei se faz sentido os alvos de minha doença, ciúmes ridículos que atrapalham minha vida, minha felicidade, minha rotina e meus relacionamentos.
Todavia, o que posso fazer? É como eu me sinto: esgotada. Fraca demais para lutar contra, sendo totalmente infectada, perdendo a cabeça e ficando cega diante dos crimes que penso cometer para ter aquela aparência ou aquela pessoa sumir e eu nunca mais sentir insegurança ante a ela.
Queria que nós todas morressemos, que tudo acabasse, mas só eu mereço a morte de fato. Estou destruída, isso não é vida, é só existir, tentar caminhar sendo puxada para trás a todo instante pela própria sombra, puxada para o fundo do poço, onde a lamúria domina e as larvas comem meu cérebro deteriorado e sanguessugas sugam meu sangue deixando apenar um esqueleto feio e repulsivo, sem vida, sem ânimo, sem luz, sem nada além da verdade da sua alma que não mereceu o dom de existir.
Quiçá eu seja somente a reencarnação podre, o Frankenstein falido do Fantasma da Ópera. Sem razão, sem coração, sem alegria, só um vulto púrpura carmíneo feito de nojo, inveja, ciúme, vingança, desejo e fracasso.
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