Eu sou o que sou, mas... o que sou eu?

     

Estava refletindo sobre a foto que utilizei no primeiro post do blog, e como a utilizei por se tratar de uma imagem que remete a minha pessoa. No primeiro semestre do ano (e o meu primeiro semestre como universitária), meu professor de Produção Fotográfica, diga-se de passagem que um dos melhores professores que já tive na vida, propôs como trabalho que fotografássemos um local com objetos que identificasse-nos sem que tivesse nosso nome ou rosto, assim os alunos deveriam tentar adivinhar de quem se tratava cada foto.    

    Utilizei tudo o que podia imaginar que lembrava a mim. Tons de vermelho e rosa, pétalas ressecadas, joias, sapatos que uso frequentemente, meus livros e cd's prediletos, minha máquina de escrever, minhas sapatilhas, bibelôs, perfumes, batons e esmaltes avermelhados. Ou seja, eu tenho noção de quem eu sou, e ainda assim, agora isso tudo parece uma névoa esbranquiçada dilacerante envolta de mim.

    Como pode será nós nos perdermos tão facilmente em tão pouco tempo sem nem ter noção do motivo dessa tragédia? No fundo eu sei que se eu colocar "O Jardim Secreto" (álbum) para tocar, será a minha alma ali, do mesmo jeito que se eu escrever um poema, também será minha alma falando. Todavia, eu não sei dizer o que quero...

    Na verdade, eu sei o que quero, quero emagrecer, e só penso nisso, contudo ando tão cansada de mim mesma que nem forças para isso eu tenho. De outras coisas, quero escrever, mas não escrevo porque me sinto mal e molenga -- agora pelo menos iniciei este blog e tem sido bom escrever por, hm, três postagens --. 

    Anseio por novidade, sinto que preciso disso... Roupas novas, estilo novo, cabelo novo, hobbies novos. Minhas queridas coordenadora e psicóloga me aconselharam exatamente isso e ironicamente fiz uma limpa no meu armário há umas duas semanas buscando por uma repaginada. E ainda assim, estou tão absorta nesse cansaço, nessa moleza, nessa falta de força e vontade que não sei o que fazer, o que começar ou como começar.

    Provavelmente devesse começar com meu peso, comendo menos, fazendo mais exercícios; poderia voltar a dançar se não fosse loucura ou fazer aulas de cerâmica e pintura em prato que tenho vontade, mas sei o que irão dizer, tudo isso é gasto e não vai me levar a nada, então me desanimo de novo rs.

    Acho que tem sido difícil para eu ser adulta, de certo modo sinto que meus sonhos e asas são cortados enquanto outros se intensificam, como o sonho de me casar. Penso muito nisso, como gostaria de estar casada e a demora que será para isto se concretizar também me chateia muitíssimo.

    Quero dizer, eu poderia muito bem ser cerimonialista ou arquiteta ou designer, porque sou obcecada com o planejamento e a ideia de decorar e montar tudo haha. E gostaria de estar ao lado do meu namorado sempre, o tempo todo literalmente, e ele nunca me deixa mesmo, nem quando estou para baixo e o irritando com essas dúvidas e desabafos.

    É tão difícil ter um futuro, não? As coisas seriam bem mais fáceis se tudo viesse escrito em um livro já como será. Bom, vêm, claro, no livro de Deus, mas nós não temos conhecimento das palavras escritas nele... Penso muito no céu também, como gostaria de ir para lá, embora ache que não irá acontecer...

   Gostaria de ser mais positiva sobre o que há por vir, e quero acreditar mesmo que serão coisas boas, milhões de arco-íris em meios às tempestades; só que para isso eu tenho que antes de tudo recomeçar e queria pedir ajuda, embora ainda não saiba para quem exatamente pedir ajuda. 

    Quiçá meu Anjo da Guarda, se ele ainda me escuta kkk, mas como? Como ele irá me ajudar? O que devo fazer? Como proceder, recomeçar, por onde iniciar? Devo deixar o cabelo crescer e usar as roupas extravagantes que queria? Melhorar minha postura e ter confiança? Assim será que serei feliz e, principalmente, será que serei bonita?

    Talvez minha obsessão em ser bonita esteja me adoecendo novamente e muito provável que seja ela quem fez eu me perder tanto, e se não me reinventar logo e encontrar a nova Bambina, logo desaparecerei dentro desse casulo, dessa carcaça que são minhas costas.